O setor energético é um setor complexo marcado por um mercado tradicional, e que nos últimos anos tem passado por profundas mudanças. Seja com o aumento de consumo de energia, a mudança do perfil deste novo consumidor, as pressões para descarbonização, as discussões sobre digitalização e o surgimento de novos modelos de negócio como a Geração Distribuída, este setor enfrenta diversos desafios, acompanhados de oportunidades, inclusive de investimentos.  Dentro deste cenário, elaboramos um mapeamento sobre o ecossistema energético na América Latina, que aborda inclusive as tendências e investimentos em EnergyTechs de forma a contribuir com uma visão mais clara sobre esses negócios e sobre o mercado de energia.

Este material faz parte do Collab Trends, uma ferramenta colaborativa de geração de inteligência do ecossistema de inovação de forma a promover discussões relevantes para o mercado. Além disso, este mapeamento é um exemplo do contínuo trabalho de busca e análise de startups, realizado por especialistas da Beta-i Brasil.

Neste mapeamento, exploramos:

  • Cenário Energético na América Latina: Características, particularidades e desafios do segmento energético latino-americano
  • Ecossistema de Energia: Mapeamento dos principais agentes da América Latina envolvidos neste ecossistema, como governos, entidades, corporações, Fundos de Investimento (CVC e VC), Hubs de inovação, Universidades e ICTs
  • Investimentos em EnergyTechs: Histórico de investimentos, perfil de investidores e tendências para este mercado
  • Insights e Oportunidades de Investimento em EnergyTechs na América Latina 

Boa leitura!

O setor Energético na América Latina 

Novas oportunidades de investimento em inovação têm sido exploradas pelas EnergyTechs ao longo dos últimos anos. Mudanças globais, impulsionadas por avanços tecnológicos, preocupações ambientais e transformações sociais estão no centro desta transição energética.

A América Latina é conhecida por ser um forte exportador de commodities, com setores agrícolas, pecuários, mineração, indústrias e serviços desempenhando papéis importantes em sua economia.

Dessa forma, o cenário energético na América Latina está fortemente relacionado ao crescimento econômico da região, pois, devido ao aumento de consumo e demanda por energia, a oferta produtiva acompanha esse crescimento.

Neste contexto, o setor latino-americano enfrenta também desafios significativos como o aumento da demanda por energia, os custos operacionais elevados e a necessidade de reduzir o uso de fontes não-renováveis, por exemplo. Para enfrentar esses desafios e se manterem competitivas, as utilities de energia têm adotado uma estratégia de inovação, que considera um novo mercado que tem as EnergyTechs como alternativas eficientes e com um modelo de negócio que dá mais espaço à sustentabilidade (em todos os níveis). 

Desafios do Setor Energético

Ainda considerado amplamente um mercado “tradicional”, o setor energético está enfrentando um movimento de incentivo à inovação como nunca visto antes, alavancado principalmente pela “Transição Energética”. Este momento de transição tem como premissa uma mudança que implica não só, mas a diminuição do uso de fontes não renováveis como combustíveis fósseis, para adotar fontes limpas e renováveis. 

Listamos a seguir alguns dos principais desafios e oportunidades do setor energético latino-americano:

  • Implementação e manutenção de sistemas de Geração Distribuída (GD): como a energia solar em menor escala; 
  • A prestação de Serviços de Mobilidade Elétrica, abrangendo desde estações de carregamento até plataformas digitais de mobilidade;
  • A oferta de Serviços de Criação de Valor Residencial, envolvendo a manutenção de aplicações energéticas em residências;
  • A adoção de Microgrids, sistemas de Gestão de Energia/Smart Home para controle digital da produção/demanda de energia;
  • A resposta à demanda para gerenciar o pico de consumo e reduzir as contas de energia;
  • A monetização de dados de consumidores através de modelos de IA;
  • Explorar a estratégia “One-stop-shop”, oferecendo uma cesta de produtos e serviços além de energia, aproveitando a base de clientes já existente.

Ecossistemas de Energia na América Latina

Agentes que compõem um Ecossistema de Inovação

O “Ecossistema de Energia”  pode ser compreendido como um conjunto de agentes que atuam no segmento de energia, interagindo entre si e compartilhando objetivos em comum.

O “Ecossistema de Energia” na América Latina visa impulsionar a inovação e o progresso no setor energético latino-americano. Desta forma, engloba governos e entidades de fiscalização e regulação energética, corporações como empresas privadas, públicas e concessionárias, além de investidores de capital de risco, como Corporate Venture Capital (CVC) e Venture Capital (VC). Também inclui universidades, centros de pesquisa e parques tecnológicos que fomentam o desenvolvimento de soluções energéticas, empreendedores, além de Hubs de inovação focados em energia.

Acesse o material completo “EnergyTechs na América Latina – Tendências e Investimentos” e confira os principais integrantes que impulsionam e compõem o ecossistema latino-americano de energia, contidos nos macro grupos apresentados anteriormente.

Histórico de Investimentos

Ao longo dos anos de 2007 a 2022, os investimentos em EnergyTechs na América Latina seguiram um padrão cíclico ligado ao crescimento econômico da região. Grandes cidades foram os principais destinos dos investimentos, evidenciando o desenvolvimento do ecossistema de startups de energia.

O ciclo de  investimentos em EnergyTechs na América Latina seguiu o ciclo econômico da região, com um crescimento significativo durante o período de boom das commodities e queda, devido à recessão econômica entre 2015 e 2019.

A partir de 2020, mesmo durante a pandemia do COVID-19, houve uma retomada no interesse por startups do setor, impulsionada pela expansão do capital de risco, incluindo Private Equity, Corporate Venture Capital (CVC) e Venture Capital (VC).

Investimento em Energy Techs desde de 2017 a 2022

Dentre os países do bloco, o Brasil lidera os investimentos em energia na região, com destaque para empresas estatais como principais investidores.

Além disso, a análise realizada entre os anos de 2007 a 2022 indicou que os investimentos em startups de energia na América Latina concentraram-se em cidades economicamente dinâmicas como São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires.

Países e cidades da América Latina com maiores investimentos para empresas de energia.

A depender do ambiente macroeconômico e da trajetória da dívida pública, os investimentos privados podem acompanhar esse movimento e, assim, é possível prever que os investimentos em EnergyTechs ocorram, principalmente entre 2023 e 2025.

Os últimos anos mostraram uma tendência de investimentos em startups de energias renováveis, tendo o Hidrogênio verde como um exemplo de tecnologia promissora e grande aposta do setor. Além disso, há espaço para crescimento, particularmente em infraestrutura – que já vem sendo timidamente explorada nos últimos anos.

Perfil de Investidores

Em linha com a tendência vista em todo o mundo – pauta inclusive de discussões em diversos organismos multilaterais como a ONU ou até mesmo o Fórum Econômico Mundial – na América Latina, os investimentos em energia são liderados por Energia Renovável (11,8%) e Óleo e Gás (9,8%). 

Os diversos segmentos de investimento em empresas de Energia na América Latina.

No Brasil, os investimentos em energia estão alinhados com a política industrial, focando em etanol e petróleo do pré-sal. Há uma preferência crescente por energia renovável, representando metade dos principais aportes na região. Notavelmente, empresas especializadas em empréstimos ao consumidor lideram os investimentos, fornecendo crédito para consumo de energia.

Valor total de financiamento por Indústria no Brasil.

Insights e Oportunidades de Investimento em EnergyTechs na América Latina 

O investimento em EnergyTechs na América Latina deve continuar a crescer, com o Brasil liderando este movimento. Estas projeções são baseadas principalmente nos investimentos provenientes de fundos de Venture Capital (VC). No entanto, vários fatores internacionais e regionais podem influenciar este cenário.

Globalmente, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a política de Covid-zero da China, a recessão nas Big Techs, a possível recessão global e a elevação das taxas de juros no hemisfério norte podem impactar os investimentos.

Na América Latina, os investimentos no setor de energia são fortemente influenciados por três fatores regionais: o aumento dos gastos públicos devido à presença de empresas estatais e um perfil governamental mais intervencionista, observados no Brasil desde 2023; a elevada inflação que provocou altas taxas de juros, levando a uma redução de investimentos superior a 52% em comparação ao ano anterior; e a expectativa de políticas futuras focadas no fomento às energias limpas, alinhadas com o aumento dos gastos públicos.

No Brasil, o papel dos gastos públicos, a inflação e os juros altos e as políticas focadas em energias limpas podem direcionar os investimentos. O mercado livre de energia e o novo PDI Aneel são fatores importantes e que também podem vir a influenciar este movimento no setor.

A atuação da Beta-i Brasil no Segmento de energia

A Beta-i é uma consultoria global de inovação colaborativa, gestora de grandes programas de inovação de energia do mundo. Por este motivo, temos um entendimento profundo sobre os desafios e tendências do setor, do ecossistema global de startups e inovadores que estão desenvolvendo soluções para responder às demandas deste mercado. 

Com uma ampla e consistente atuação no segmento de energia, a Beta-i Brasil tem contribuído significativamente para a transformação do setor, promovendo a inovação e o desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras. 

Mergulhe no universo dos projetos realizados pela Beta-i e veja de perto o impacto gerado por estes projetos em meio a Transição Energética e o surgimento de novas soluções, capitaneadas pelas EnergyTechs.

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